A chuva tão esperada que cai desde o início de novembro, além de expectativas de melhoras para a agricultura do município, também traz preocupações
O município de Linhares tem recebido a tão esperada chuva, que vem para animar os produtores, que sonham com melhoras em colheitas futuras. O impacto da falta de chuvas para a cafeicultura capixaba, por exemplo, foi intenso e refletirá nas próximas colheitas, principalmente, do café Conilon. Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em outubro, aponta uma redução de 32,4% na produção de Conilon. A seca atingiu todo o Espírito Santo, no entanto, em intensidades diferentes em cada região. As regiões Norte e Noroeste do Estado, onde concentra a maior parte da produção de Conilon, foram mais impactadas.
Por outro lado é fácil verificar, que em vários locais da cidade, ruas ficam alagadas com poucos minutos de chuva, ocasionando transtornos para quem reside ou passa por esses locais. Moradores que se encontram nessas áreas devem tomar cuidados especiais para evitar o contato direto com essa água da chuva, para que não venha a adquirir alguma doença.
Estrada de chão que dá acesso à comunidade da Bagueira
As áreas rurais também sofrem nesse período de chuvas, principalmente por aumentar a dificuldade de acesso à essas regiões. Entramos em contato com a Prefeitura Municipal para saber a respeito de ações que estão sendo tomadas, ou que virão acontecer. Por meio de sua assessoria a Prefeitura informou: “Em Linhares, o monitoramento para chuvas envolve a cheia do Rio Doce. O município já articulou diversas reuniões com a Defesa Civil, a Samarco e as diversas secretarias municipais envolvidas no atendimento a desabrigados e reparo de estragos. O objetivo é manter sintonia entre as equipes caso haja inundação. Até o momento, não há alerta de cheia me registro de estradas bloqueadas ou comunidades isoladas. O rio está dentro de seu nível normal, longe da cota de alerta”.
No Estado
Segundo os pluviômetros do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN), os municípios com maiores acumulados de segunda-feira, 12, até terça, 13, são: Santa Maria de Jetibá (89mm), Santa Teresa (75mm), Afonso Cláudio (73mm), Vila Velha (66mm), Vitória (58mm), João Neiva (57mm), Itarana (53mm) e Cariacica (51mm). Já de terça-feira, 15, até ontem, as cidades com maiores acumulados são: Aracruz (91mm), João Neiva (89mm), Ibiraçu (59mm), Santa Teresa (50mm), Ecoporanga (35mm), Fundão (30mm).
De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER), a quantidade expressiva de chuva ocorrida desde o último dia 12 desestabilizou geológica e hidrologicamente algumas áreas do Estado, provocando, assim, diversos transtornos. Recomenda-se um estado de observação para os próximos dias, conforme segue: Entre esta quarta, 16, e esta quinta-feira, 17, a previsão é de pancadas de chuva moderadas em áreas isoladas do Estado, com maiores chances a partir da tarde.
Da sexta-feira, 18, para a manhã do sábado, 19, a chuva deve ser intensificada, provocando acumulados significativos em trechos do Espírito Santo, acompanhada de rajadas de vento e trovoadas. Não se descarta uma eventual queda de granizo, exceto nas cidades da Grande Vitória, do Litoral Sul e do Litoral Norte.
Fotos: Jornal O PIONEIRO
Matéria publicada na página 03 da edição do Jornal O PIONEIRO 17 de novembro de 2016