Mesmo em meio a sucessivas quedas de faturamento e demissões, empresas do setor apostam em um 2017 positivo.
•• Um dos mais tradicionais e rentáveis setores da economia linharense, o de móveis, precisou demitir pelo menos 25% de sua força de trabalho nos últimos dois anos. É isso o que diz o órgão que representa a categoria, o Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do ES, Sindimol.
A indústria de móveis teve faturamento 20% menor em 2016. Há empresas comercializando seus produtos a lucro próximo de zero apenas para garantir o pagamento do custo de produção. Mesmo nesse cenário, o sindicato garante ainda não prever o fechamento de nenhuma fábrica.
“As empresas têm tomado providências para equilibrar as contas e se adaptar ao atual momento econômico, com novas estratégias de atuação”, explica o secretário executivo do Sindimol, Edmilson Supelete. “Algumas relataram um fim de ano animador, com boas promessas para este primeiro trimestre”, diz.
É no que acredita a Rimo, no mercado desde 1989. “A partir de março acho que as coisas podem começar a melhorar, a depender do governo federal”, afirma o presidente da empresa, Luiz Rigoni. “Nossa retomada demora mais que a de outros setores, como o de alimentos. Mas estamos lutando e criando soluções”.
E estão mesmo. Para enfrentar a época de “vacas magras”, a Rimo investiu em sua marca de móveis planejados, criou uma linha de móveis corporativos (mobiliando, até mesmo, hospitais), introduziu novas linhas de produtos sob a marca principal e investiu em franquias.
Mesmo assim, a empresa admite ainda não ter contratado novos profissionais para algumas vagas que acabaram em aberto nos últimos anos. Colaboradores que, segundo Rigoni, não foram demitidos por conta da crise, mas sim, deixaram a empresa por motivos pessoais.
Já na Cimol, outra fábrica de móveis linharense, no mercado desde 1991, 20 profissionais foram demitidos por conta de uma queda de produção de cerca de 15%. “Fizemos uma reestruturação na empresa ajustando a produção à demanda”, explica Ademilse Guidini, diretor da empresa.
“Lançamos novos produtos e novas tonalidades de cores, atualizando a linha de produtos para manter as vendas”, completa. Para Guidini, faturamento em normalidade mesmo só em 2018, após reestruturação da economia ao longo deste ano.
Ao menos o consumidor tem uma ótima oportunidade em mãos no momento: móveis a preços bem abaixo do comum. “Há excesso de móveis no mercado e briga de preço para atrair clientes. Nunca esteve num preço tão bom”, explica Rigoni.
Matéria publicada na página 3 da edição do Jornal O PIONEIRO 16 de fevereiro de 2017