Comunidade de Areal passa dificuldades com tragédia do Rio Doce
A comunidade ribeirinha de Areal, próximo à Vila de Regência, vem passando por momentos de dificuldades desde o desastre socioambiental que acometeu o Rio Doce e toda a sua foz.
Apesar de ter sido impactada com a lama de rejeitos de minério proveniente do rompimento da Barragem Fundão, em Mariana (MG), há quase um ano, a comunidade de Areal não integra as localidades reconhecidamente atingidas.
Assim, a comunidade está totalmente abandonada, tanto pelo poder público quanto pela mineradora Samarco. “O que sobrou para eles é se envenenarem”, disse a artesã Marcely Perroni, em referência aos moradores de Areal.
Com suas duas principais fontes de renda comprometidas – a pesca no rio e a cacauicultura – a comunidade de menor população e nível econômico tem passado fome. “Estou apavorada. A fome é uma das coisas que eles mais reclamaram. Pediram pra gente conseguir cestas básicas”, contou Marcely.
Voluntariado
Para aliviar um pouco o sofrimento dos moradores da comunidade de Areal, a artesã Marcely Perroni e outras três voluntárias – Maria Flor Oliveira (terapeuta holística), Laudicea Pereira (podóloga e reikiana) e Vanda Guerra (reikiana) – prestaram, na tarde de sábado, 15, atendimento à população.
Foram detectados problemas de pele, cujas feridas nos corpos eram quase sempre semelhantes. Segundo os moradores, as feridas foram observadas alguns meses após contato diário com a água contaminada do Rio Doce. As voluntárias atenderam aproximadamente 40 pessoas, em sua maioria crianças.
Durante o atendimento, as terapeutas anotaram os pedidos de cestas básicas, sendo 20 no total. “Estamos divulgando a campanha de arrecadação de alimentos e voltaremos em breve para levar as cestas básicas e roupas para as crianças”, convocou Marcely.
Os interessados em doar, podem entrar em contato com a artesã em sua página no Facebook: www.facebook.com/marcely.perroni.
Matéria publicada na página 08 da edição do Jornal O PIONEIRO 20 de outubro de 2016