Zenilda Rocha da Conceição, Jeilson Reis Oliveira e Antonio de Sousa Monteiro são alguns dos pescadores que não recebem o benefício
Segundo Colônia de Pescadores de Linhares, aproximadamente 150 pescadores ainda não obtiveram uma posição da Samarco em relação à solicitação do benefício
•• Desde o dia 06 de abril de 2016 a Samarco assumiu compromisso para pagar por tempo indeterminado o auxílio para profissionais da pesca que dependem do Rio Doce. A audiência foi um pedido dos trabalhadores ligados à pesca e aconteceu em Colatina, na qual estiveram presentes, no Ministério Público do Trabalho, representantes da Samarco e pescadores do Espírito Santo e de Minas Gerais. O auxílio é um salário mínimo, mais 20% do valor do salário por membro da família e o valor em dinheiro de uma cesta básica. Mas segundo o presidente da Colônia de Pescadores de Linhares, Milton Jorge, 150 pescadores deram entrada solicitando o benefício e ainda não obtiveram retorno da mineradora.
Os pescadores Jeilson Reis Oliveira e Zenilda Rocha da Conceição, disseram que deram entrada para receber o benefício há 01 ano e 2 meses mas até o momento não tiveram nenhuma posição da Samarco. “Não podemos pescar, nosso sustento depende da pesca, já tivemos que vender um freezer para pagar nossa energia”, disse Zenilda.
A Colônia de Pescadores de Linhares tem cadastrado pescadores de Linhares, São Mateus, Colatina e da Serra. Milton Jorge disse que muitos se sentem mais à vontade em estarem associados aqui no município de Linhares, mas que infelizmente existem pescadores que recebem o auxílio da Samarco e mesmo assim continuam pescando. “Temos conhecimento de pescadores que recebem o benefício e ainda estão pescando, utilizando como renda extra, enquanto outros passam por dificuldades respeitando a proibição da pesca”, alerta o presidente. Vale ressaltar que a pesca no Rio Doce continua proibida.
O pescador Antonio de Sousa Monteiro informou que também aguarda retorno da Samarco sobre sua solicitação do benefício. “Dei entrada para receber o benefício desde setembro de 2016, e nem sei como quando irei receber, ninguém da empresa sabe me informar a respeito”, disse.
Milton Jorge informou, ainda, que procurou recentemente o Ministério Público Federal mais ainda não conseguiu solucionar o problema dos pescadores que estão sem receber o benefício.
Samarco
Nossa reportagem entrou em contato com a Fundação Renova mas não teve retorno até o fechamento dessa edição.
Matéria publicada na página 06 da edição do Jornal O PIONEIRO 26 de janeiro de 2017