Nestor Gomes Mora Cortés
•• O Mercado “Manoel Salustiano de Souza”, mais conhecido como Mercado Municipal, foi inaugurado em 1975 pela gestão do prefeito José Rodrigues Maciel. Localizado na Av. Comendador Rafael, o Mercado funciona das 7h às 18h, possui aproximadamente 50 lojas distribuídas em um espaço considerável no centro da cidade, de fácil acesso à população. Quem visita o local encontra uma diversidade de estabelecimentos e produtos, como uma mercearia de verduras, restaurante, lanchonetes, lojas de utensílios domésticos e Eletrônicos, açougues, floricultura, barbearias e até mesmo um escritório de advocacia. Apesar da oferta de comércio e serviços, o Mercado Municipal tem sofrido há pelo menos 17 anos com a falta de investimentos do poder público e, mais recentemente, com a ausência crescente de novos clientes. Segundo os antigos lojistas, o espaço era referência de centro comercial varejista da cidade até o surgimento de novos e grandes supermercados situados no centro. Contudo, segundo boa parte dos comerciantes, a atual concorrência seria o menor dos problemas.
A manutenção de toda infraestrutura do Mercado Municipal é realizada pelos próprios comerciantes que dividem entre si todas as despesas. Um dos problemas mais graves, apontados pelos lojistas continua sendo os banheiros, que nunca foram reformados e se encontram abandonados. Apesar de haver uma funcionaria de limpeza, contratada pela própria Associação de Comerciantes para fazer a manutenção, os banheiros muitas vezes ficam inutilizáveis: “Como não há controle, qualquer pessoa pode entrar e acaba deixando o banheiro bem sujo”, relata uma das comerciantes. Outros incômodos também são apontados pelos varejistas, como o piso que, por vezes, contribui para causar acidentes, bem como a cobertura do local que pouco protege em dias de chuva. Além disso, a segurança tem sido outro problema sensível que “precisa ser resolvida com certa urgência”, segundo os lojistas. Até o momento, foram contabilizados três assaltos e alguns furtos, prioritariamente em lojas de artigos eletrônicos. Alguns comerciantes, por conta própria, instalaram câmeras no interior de suas lojas na tentativa de evitar ou intimidar a presença de ladrões, já que o mercado municipal não conta com uma segurança exclusiva.
Além da estrutura e falta de segurança do centro comercial há outro fator recente, visto com preocupação pelos lojistas e que tem causado uma baixa de clientes: “o crescente número de novos camelôs que têm ocupado as ruas de toda região central da cidade, afastando antigos e novos clientes que deixam de comprar aqui no mercado municipal”, argumenta um dos comerciantes, que não quis ter o nome citado.
Em 2018, um projeto de revitalização chegou a ser encaminhado à Câmara de Vereadores por um dos comerciantes e representantes da Associação como proposta de revitalizar o centro comercial. De modo a solucionar à curto e médio prazo, os comerciantes têm sugerido realizar a terceirização dos banheiros para que o seu custo possa ser revertido para a manutenção. Além disso, propõem a instalação de um bicicletário na rua adjacente ao mercado, a arborização do seu entorno e a implementação de uma garagem rotativa no subsolo, visto que alguns clientes reclamam por não haver facilidade de estacionamento no local. O projeto, todavia, ainda não obteve resposta por parte da prefeitura.
Administração própria
•• Em comunicado sobre a reforma do Mercado, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos de Linhares informou que irá dialogar com os comerciantes sobre o assunto. Entretanto, a Prefeitura lembra que de acordo com a Lei nº 1443 de 1990 foi realizada a transferência da administração do Mercado Municipal para os comerciantes ali estabelecidos, ficando a cargo deles “a limpeza, iluminação, vigilância, reparos e conservação de boxes e de toda a área do Mercado Municipal”.
Sobre a crescente ocupação de novos camelôs nas ruas do centro, a Secretaria comunicou que realiza de forma rotineira as atividades de fiscalização dos ambulantes que atuam de forma irregular no Município.