•• Com uma população de aproximadamente 170 mil habitantes, Linhares detém o título de maior município da região Norte do Espírito Santo. Através da sua economia diversificada, a cidade é considerada uma das melhores do país para investimentos financeiros, tendo promovido nos últimos anos uma forte expansão no setor imobiliário, comercial e de serviços, proporcionando, portanto, qualidade de vida a seus cidadãos.
Entretanto, o município ainda não possui um terminal rodoviário condizente com o seu tamanho e sua importância econômica. Há pelo menos 30 anos, o terminal rodoviário da cidade é distribuído em locais diferentes dependendo das suas empresas de transporte. As mais utilizadas pela população se concentram na rua Professor Pio, no bairro centro, como a Viação Águia Branca e Gontijo, que realizam viagens interestaduais, além da Unimar e da Viação Pretti que oferecem transporte para o interior do município.
O jornal “O Pioneiro” conversou com alguns passageiros e funcionários das principais agências para saber a opinião sobre o local e a estrutura do terminal. Alaerte Sartori, moradora da cidade há 25 anos, alega que “já passou da hora do nosso município ter uma rodoviária nova e melhor, pois a prefeitura tem recursos para implementar em um local mais acessível, principalmente para as pessoas de idade”. A professora aposentada ainda acusa um outro problema grave relacionado à localização da rodoviária: “a segurança aqui é muito ruim, quando é tarde da noite não há mais ninguém na rua, nem mesmo os próprios funcionários das agências rodoviárias, somente nós, passageiros, com nossas bagagens”. Jonathan de Abreu, funcionário da Águia Branca há cinco anos, reforça o fato de que a segurança é um problema grave no local: “a empresa contrata segurança privada para atuar na agência ao longo de todo dia a fim de evitar conflitos e assaltos. Inclusive já houve um caso de tentativa de homicídio aqui”.
Outros fatores são apontados pelos linharenses e passageiros que utilizam frequentemente a rodoviária, como a falta de informação e de melhores banheiros, o respeito ao trânsito entre carros particulares e ônibus, bem como a acessibilidade para deficientes e cadeirantes. Além disso, o tamanho das agências também dificulta a acomodação dos passageiros, obrigando boa parte do contingente a aguardar pelos ônibus na rua. Quanto a isso, Jonathan ainda ressalta sobre os dias de chuva, causando ainda mais transtorno e incômodo para os passageiros: “por não ter uma cobertura e plataforma apropriadas, quando chove fica muito complicado trabalhar, além do que os passageiros se amontoam no pequeno espaço que dispõem”.
Em 2015 a gestão municipal anterior apresentou um projeto inicial para a construção de um novo terminal rodoviário na intenção de reorganizar o transporte de pessoas e de cargas na região. Na época, a Câmara de Vereadores chegou a aprovar a troca de 12 terrenos públicos por um outro terreno de 40 mil metros quadrados na BR 101, próximo ao Aeroporto de Linhares. Sobre esse processo, conversamos com a Secretaria de Comunicação do município, e de acordo com Alexandre Araujo “a Prefeitura de Linhares avalia alternativas, inclusive busca a parceria da iniciativa privada para viabilizar a construção do terminal rodoviário”.
Quanto à segurança no local, Alexandre declara que a secretaria municipal de Segurança Pública e Defesa Social contribui com as ações da Polícia Militar, por meio de rondas diárias dos agentes da Guarda Civil Municipal e com a Central de vídeo monitoramento que possui câmeras estrategicamente instaladas no trecho.