•• Os comitês que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Doce priorizaram, no Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce (PIRH Doce), o Programa de Convivência com as Cheias, que prevê a realização de atividades de monitoramento, através de dados hidrométricos das estações fluviométricas e pluviométricas, registros da defesa civil e acompanhamento da ocupação de áreas de risco por imagens de satélite.
Neste primeiro momento, em atendimento ao trabalho de monitoramento, no qual conta o uso de imagens de satélite para acompanhamento da ocupação de áreas de risco, os comitês realizaram a aquisição de imagens digitais de satélite com alta resolução espacial e respectivos modelos digitais do terreno e curvas de nível de áreas urbanas de 26 municípios da bacia do Rio Doce, sendo que quatro deles estão localizados na bacia do Rio Piranga.
Além dos produtos adquiridos serem importantes para os próximos passos do programa, eles podem oferecer outros usos para os municípios, como possibilitar o monitoramento das expansões urbanas, identificar ocupações em áreas susceptíveis a inundações, mapear ruas, dentre outras finalidades, permitindo auxiliar no planejamento urbano para a provisão de infraestrutura e regulação do uso do espaço.
O material foi entregue ontem ao prefeito de Linhares, Guerino Luiz Zanon, durante reunião plenária do CBH-Barra Seca e Foz do Rio Doce. O encontro foi realizado na Faculdade de Ensino Superior de Linhares (FACELI. Além da entrega do material, foram eleitos os novos membros habilitados no processo eleitoral do comitê para compor a plenária no exercício de 2017 a 2020, e a nova diretoria com mandato de 2017 a 2019.
Entenda o Programa de Convivência com as Cheias
•• O programa tem foco no alerta contra inundações e redução de perdas humanas e econômicas devido às cheias. Ele prevê, a partir de ações estruturais e não estruturais, o acompanhamento e a previsão de eventos extremos, manutenção e ampliação do atual sistema de alerta para a população, estudos de viabilidade de intervenções estruturais e não estruturais que auxiliem na prevenção e redução dos efeitos das cheias, e ações de apoio à Defesa Civil na mitigação e enfrentamento das cheias. Para o programa, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce investiu mais de R$ 500 mil, com recursos oriundos da cobrança pelo uso da água.
O programa apresenta ações em dois eixos: o primeiro eixo engloba ações destinadas ao aprimoramento do atual sistema de alerta, incluindo todas as iniciativas que possam auxiliar na previsão e antecipação dos eventos críticos, tais como implantação de novos pontos de monitoramento, radares e delimitação das cotas de enchentes. O segundo eixo é voltado para medidas que visam o aumento da infiltração em áreas urbanas; desassoreamento de cursos d’água; desocupação e proibição de ocupação de áreas inundáveis; recomposição da cobertura vegetal e controle da erosão; e, por fim, a educação ambiental. Também serão analisadas as opções e a viabilidade das intervenções estruturais do controle de cheias, tais como barragens e diques de proteção.
Matéria publicada na página 3 da edição do Jornal O PIONEIRO 27 de abril de 2017