•• Ontem à tarde a Promotora de Justiça da 2ª Promotoria Criminal de Linhares, Rachel Tannenbaum, reuniu a imprensa no auditório da Promotoria de Justiça, no bairro Três Barras, para esclarecer os motivos da prisão de Juliana Salles, mãe das crianças que foram mortas carbonizadas no centro de Linhares, no dia 21 de abril.
A promotora disse que, após a conclusão do inquérito policial o Ministério Público percebeu que havia outros indícios de coautoria de Juliana, quando então foi feito o requerimento de novas diligências do caso.
“No que diz respeito ao Ministério Público, particularmente no laboratório de tecnologia, tivemos provas contundentes, tanto do George Alves, quanto de Juliana. Colhemos provas de que ela tinha pleno conhecimento do desvio de caráter do próprio marido, da relação conturbada que ele tinha com a própria sexualidade e do menosprezo com o qual ele tratava, tanto os filhos, quanto o enteado. Mesmo sabendo disso, tendo pleno conhecimento dos riscos que as crianças estavam submetidas ao serem deixadas aos cuidados exclusivos de George, ela viaja para um encontro da igreja e deixa os dois sozinhos com ele”, explica a promotora que destacou que Juliana foi omissa e, por isso, responderá pelos mesmos crimes que o marido: dois estupros de vulneráveis, dois crimes de tortura e fraude processual, por alterar a cena do crime.
“Uma omissão de uma mãe que tem o dever legal de zelar e de cuidar, tem o desvalor equivalente a uma ação. Ou seja, ela tinha pleno conhecimento do risco, podia evitar esse resultado trágico que ocorreu com as crianças e não evitou. Ela responde com a omissão dela, com o não agir de uma mãe, pelo mesmo crime de quem executou, tanto os estupros, quanto os homicídios. Por isso que hoje ela é formalmente ré”, frisou a promotora Rachel.
Foto: Jornal O PIONEIRO
Matéria publicada na página 03 da edição do Jornal O PIONEIRO do dia 21 de Junho de 2018