Comprar carne sem procedência e sem fiscalização é uma roleta russa. Pode ser que o consumidor tenha sorte, mas há grandes chances de, além da carne, levar de brinde bactérias e parasitas
•• Responsável por 25% do consumo mundial de carne, a carne suína também cresce no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal, ABPA. O país é o quarto maior produtor e exportador mundial da proteína, ficando atrás apenas da China, União Europeia e Estados Unidos. São, ao todo, mais de 40 milhões de cabeças que produzem 3,7 milhões de toneladas de carne.
Por isso, é preciso estar atento aos aspectos sanitários e de inspeção da carne suína. Se ela não for devidamente fiscalizada, pode se tornar fonte de doenças e infecções alimentares. Além de oferecer um produto saudável, as empresas devem garantir a sanidade dos animais e de todo o processo, pensando, inclusive, na rastreabilidade e no uso de práticas sustentáveis que visam os aspectos social e ambiental.
“Estas empresas conseguem identificar a origem do leitão, conhecem a genética utilizada, os medicamentos que foram ministrados, como foi o treinamento das pessoas envolvidas no manejo do suíno e, até o que fizeram com as fezes acumuladas dos animais. Um lindo pedaço de bacon pode ter uma longa história”, enfatiza Roberta Mara Züge, consultora da Frimesa, maior cooperativa produtora de carne suína do Paraná.
As empresas devem seguir as regras de segurança ditadas pelos órgãos governamentais, como o Ministério da Agricultura e a Anvisa, mas o consumidor também pode contribuir para essa fiscalização, exigindo o selo de inspeção e conferindo a validade do produto. Afinal, ele precisa saber a procedência do produto que está comprando.
Caso não sejam cumpridos os critérios de controle da produção e do processamento, a contaminação pode ser uma realidade. Ao escolher uma carne é fundamental ir a locais regularizados, como açougues e mercados, que mantêm a temperatura correta de armazenamento.
Verificar a higiene do local também é muito importante assim como a integridade da embalagem, a procedência, a cor e a rigidez da carne. “Sempre desconfie de alimentos muito baratos. Existe um custo para produzir, outro para transportar, beneficiar, armazenar, etc. Produto muito barato pode significar o descumprimento de critérios de qualidade em alguma dessas etapas. Carne de qualidade não pode ter cheiro ruim, nem cor estranha, muito menos gosto diferente”, reforça a consultora da Frimesa.
Matéria publicada na página 7 da edição do Jornal O PIONEIRO do dia 13 de junho de 2017