Segundo especialista linharense, mesmo com chances de melhora, economia deve continuar obrigando famílias a apertar o cinto no próximo ano
Se para o Natal deste ano a previsão da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) sugere queda de vendas de 5%, o prospecto para 2017 não deve trazer números mais otimistas. Pelo menos é o que diz a economista linharense Melissa Modeneze, especialista em Business Intelligence e Consultoria Gerencial e Financeira.
“O Brasil está em recessão longa, profunda e com baixo crescimento. As expectativas de recuperação da economia estão melhorando, mas ainda não será em 2017 que o país se recuperará nos níveis desejados pela população”, explica. De acordo com Melissa, será um ano de cautela, reorganização, de busca de novos mercados e de melhorias internas.
A família do pequeno Talles, de 2 anos, já percebeu isso. “Ano passado a gente chegou a presentear crianças carentes que vivem num orfanato daqui de Linhares. Esse ano não poderemos fazer isso”, confessa o supervisor operacional Rodolfo Silva, 30, pai de Talles. Se em 2015, o pequeno pode receber um presente de até R$ 500, o limite de preço este ano está bem abaixo disso: R$ 150.
Procurando presentes para uma sobrinha, a cobradora Lorena Alvarinto dos Santos, 21 anos, ficou surpresa andando pelas lojas. “Comecei a pesquisar preço no começo desse mês e as coisas estão em média de 30 a 40 reais mais caras”. Já para a aposentada Lucimar Nunes Pereira, 62, o problema não está no preço dos presentes. “Foi a alimentação que subiu muito de preço e pesou no orçamento. Sobra menos dinheiro para gastar com presentes”, garante.
Ao que parece, esse cenário se repete no Natal de 2017. Mesmo as reformas propostas pelo governo como solução para a recessão vivida pelo país não devem trazer respostas nos próximos 12 meses. “O país necessita de reformas mais estruturadas na previdência social e nas políticas fiscal, monetária, econômica exterior e de rendas”, pondera Melissa.
Para a economia linharense, o retorno de Guerino Zanon à prefeitura pode trazer mudanças positivas, segundo a economista. “Ele possui trajetória política consolidada, o que pode favorecer o município em investimentos que dependem de parcerias estaduais e federais. Onde há investimentos públicos e incentivos para investimentos privados, há geração de empregos e melhoria da qualidade de vida da população”, garante.
No entanto, ainda de acordo com Modeneze, o mercado só prevê retomada de crescimento mais concreta em 2018, após o fim da crise política que o Brasil enfrenta. Até lá, Papai Noel de cinto apertado.
Texto e Foto: Ramon Luz
Matéria publicada na página 07 da edição do Jornal O PIONEIRO 22 de dezembro de 2016