A captação aconteceu no início da noite desta terça-feira, 15, no Hospital Rio Doce
Internada desde o último domingo com acidente vascular cerebral hemorrágico, a trabalhadora rural Milva Ataíde Carvalho, 58 anos, moradora da Fazenda 15 de Agosto, interior de Linhares, teve morte cerebral confirmada na terça-feira. Abordada pela Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgão e Tecido para Transplantes, CIHDOT, do Hospital Rio Doce, a família decidiu doar os órgãos da paciente.
A Assistente Social da unidade hospitalar, e membro da CIHDOT, Cleusa Maria de Menezes Vieira, explicou que muitos órgãos se perdem devido a recusa da família em fazer a doação. “Ficamos muito felizes quando as famílias tem essa atitude nobre de fazer a doação, mesmo em um momento tão difícil, Muitas pessoas esperam na fila para fazer um transplante, e essa atitude salva vidas”, disse a assistente social.
Muito abalada com a perda da mãe, Silvana Ataíde Oliveira disse que essa não é uma decisão fácil. “Conversamos muito antes de decidir e sabemos que o nosso sofrimento não vai acabar, mas vamos fazer o bem ao próximo, um pedacinho dela vai beneficiar outras pessoas”, declarou Silvana.
Uma equipe da Central de Transplante de órgão de Vitória, composta por cirurgiões, enfermeiros e técnicos de enfermagem vieram ao Hospital Rio Doce para captação das córneas e dos rins. Dois pacientes que esperavam na fila por um rins foram imediatamente beneficiados pela atitude dos familiares de dona Milva, um de São Mateus e outro de Vitória. Já as córneas foram para o banco de córneas.
O Rio Doce é hospital captador de órgãos desde 2002. O primeiro coração transplantado no ES foi captado no Hospital Rio Doce. A equipe da CIHDOT é composta por enfermeiros, assistentes sociais e administrativo.
Foto: Divulgação
Matéria publicada na página 02 da edição do Jornal O PIONEIRO 17 de novembro de 2016