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Tartarugas marinhas retornam ao litoral do Espírito Santo para reprodução
Até março de 2017, as tartarugas marinhas estarão utilizando as areias das praias do Espírito Santo para fazer ninhos e incubar ovos. E o Projeto Tamar vai monitorar a 36ª temporada de reprodução desses animais ainda ameaçados de extinção no país.
O mês de agosto é importante para preparação de materiais e planejamento de estratégias de ação para flagrar fêmeas em ato de postura de ovos, encontrar e marcar os ninhos no local original, observar o comportamento durante a desova, registrar dados morfométricos e coletar material biológico para análises genéticas.
Programas permanentes de sensibilização e educação ambiental seguirão informando usuários das praias de Regência, Povoação e Pontal do Ipiranga (onde há bases do projeto), além de moradores, empresários, pescadores e turistas sobre a importância da colaboração de todos para que as tartarugas possam dar continuidade ao seu ciclo de vida.
Conservação e pesquisa
Além do monitoramento e proteção dos ninhos, continuam sendo desenvolvidos vários estudos, dentre eles a continuidade do programa de marcação, captura e recaptura de fêmeas para obtenção de parâmetros populacionais, o monitoramento do perfil térmico das principais praias de desova, o efeito da fotopoluição logo após o nascimento dos filhotes de tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), o monitoramento via satélite de fêmeas de tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) de tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata). No Estado, a incidência maior é da espécie Caretta caretta.
Como explica a oceanógrafa do Tamar, responsável pelas ações de pesquisa e conservação, Neca Marcovaldi, hoje, 95% dos ninhos são monitorados na praia. Somente aqueles sob risco de fatores naturais, como erosão em função da ação da maré, ou os localizados em áreas urbanizadas, são transferidos para os cercados de incubação expostos às condições climáticas naturais ou para trechos seguros de praia.
Os que são transferidos para os cercados têm um papel essencial na educação e na sensibilização da sociedade, pois permitem a milhares de pessoas vivenciar o nascimento das tartaruguinhas e presenciar o caminho até o mar em solturas programadas nas praias. São ações interativas que acabam conquistando novos aliados na defesa das tartarugas marinhas.
De acordo com o Tamar, a captura incidental pela pesca é a maior ameaça da atualidade às tartarugas marinhas, dentre outras em áreas de desova, como o desenvolvimento costeiro e o uso de iluminação inadequados. As tartarugas marinhas que hoje se reproduzem no Brasil precisam prosseguir em um mundo cheio de perigos, e por isso esses animais ainda ameaçados de extinção necessitam do apoio de toda a sociedade para sobreviver.
Orientações gerais para usuários de praias na temporada de desova:
- Não retire as estacas numeradas do seu local, pois é através delas que a equipe do Tamar consegue identificar os ninhos;
- Não pise muito próximo ao ninho. A areia pode ser compactada, dificultando a subida dos filhotes à superfície. Respeite os limites das cercas;
- Ao encontrar uma tartaruga marinha morta ou viva, ou ainda em processo de desova, entre em contato com a equipe do Tamar (informe à recepção de algum estabelecimento comercial ou hotel, ou ligue diretamente para o Tamar mais próximo).
- Evite andar na praia durante a noite para procurar tartarugas marinhas. As fêmeas se assustam facilmente, podendo parar de desovar e abandonar o ninho quando perturbadas. Não acenda luzes ou chegue perto de uma fêmea durante a desova;
- Se encontrar filhotinhos perdidos, ajude-os a chegar ao mar.
Serviço
Centro Ecológico de Regência
Rua Principal, s/n, Vila de Regência.Tel.: (27) 3274 1905
De terça a domingo, das 8 às 12h e das 13 às 17h.
Base do Pontal do Ipiranga/ Povoação
Tel.: (27) 99942 4754
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