O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) já está de posse do relatório que comprova a quantidade de café Conilon existente nos estoques privados no Espírito Santo, no Sul da Bahia e em Rondônia
••Como encaminhamento da reunião realizada na última terça-feira, na sede do MAPA, entre o ministro Blairo Maggi, parlamentares capixabas e representantes do setor produtivo da cafeicultura, o deputado Evair de Melo (PV/ES) confirmou sexta-feira (10), a entrega ao MAPA do relatório elaborado dentro de um esforço conjunto, que comprova a existência de mais de 4,4 milhões de sacas de café armazenadas (apurado em 04/01/2017). Ao todo 61 municípios capixabas possuem estoques de café, com aproximadamente 3,77 milhões de sacas. Já nos municípios do Sul da Bahia e em Rondônia, os estoques são de quase 685 mil sacas.
“Fizemos a nossa parte, o que foi combinado na reunião, com uma contribuição significativa de muitos técnicos e instituições. Importar café é um crime contra a cafeicultura e contra as famílias dos cafeicultores. Há café em quantidade e em qualidade estocados e à disposição da indústria. Temos que valorizar o nosso produto e o trabalho de quem mora no interior e vive da cafeicultura”, destaca o deputado Evair de Melo.
Agora, de posse do relatório, o MAPA, por intermédio da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, vai aferir os números dos estoques privados existentes em cada município, para posteriormente definir sobre a liberação ou não da importação de café verde.
Sem compradores, café Conilon fica estocado
Cafeicultores do Espírito Santo e do Sul da Bahia não encontram compradores para os estoques de café Conilon. Um comerciante/corretor que atua na região Norte capixaba revela que em janeiro adquiriu 204 mil sacas dos produtores rurais, mas a indústria confirmou apenas a compra de 160 mil sacas.
“Tenho 44 mil sacas estocadas, esperando a indústria fazer uma nova aquisição. Fora esse volume, estou com outras 80 mil sacas nas mãos dos cafeicultores, aguardando para compra imediata. Só que não posso comprar do produtor sem ter o sinal da indústria para receber essa matéria-prima. Café tem, o que falta é absorção do mercado”, destaca o comerciante/corretor, que devido ao grande volume de café armazenado, por motivos de segurança, não terá o nome revelado.
Para os meses de março, abril e maio, o comerciante revela ainda que possui pré-contrato para a compra de mais 150 mil sacas junto aos cafeicultores e caso o mercado ‘aqueça’, há disponibilidade é de 500 mil sacas.
Matéria publicada na página 04 da edição do Jornal O PIONEIRO 12 de fevereiro de 2017