•• O Governo do Espírito Santo defendeu, em reunião com o Ministério da Agricultura, na terça-feira (17), em Brasília, que não seja autorizada a importação do café Conilon do Vietnã. Além de considerar que há estoque suficiente para abastecer a indústria, o diretor-presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Marcelo Suzart, apontou possíveis riscos sanitários em caso de importação.
Suzart destacou que o levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apontou que o estoque do robusta no Espírito Santo, Sul da Bahia e Rondônia é de 2,2 milhões de sacas, não condiz com a realidade e que o grão armazenado deve chegar a 4,3 milhões de sacas.
“Apesar de todo o esforço da Conab em fazer o levantamento, ele está aquém do estoque existente. Além disso, destaquei a preocupação com o risco sanitário de contaminação com fungos e bactérias em caso de importação, o que coloca em risco a segurança alimentar. Se autorizada a importação, o prejuízo aos nossos produtores pode chegar a R$ 1,5 bilhão”, destacou Marcelo Suzart.
O diretor-presidente do Incaper ainda acrescentou que apesar de ter sido solicitado um prazo para que o Estado pudesse avaliar o levantamento da Conab ele não foi autorizado pelo Ministério. Suzart também pontuou que por parte da indústria a maior preocupação demonstrada na reunião era com o preço da saca do Conilon e não com a quantidade do grão disponível no mercado.
Além do diretor-presidente do Incaper, participaram da reunião representantes da OCB-ES, do Centro do Comércio do Café de Vitória (CCCV), da Federação da Agricultura do Espírito santo (Faes), da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Espírito Santo (Fetaes), do Centro de Desenvolvimento Tecnológico do Café (Cetcaf) e o deputado federal Evair de Melo.
A autorização para a importação do Conilon foi admitida pelo Ministério da Agricultura no final do ano passado com o argumento da falta do grão para a indústria, mas foi suspensa até o levantamento final do estoque existente no País. Para que seja liberado, o caso precisa de autorização da Câmara do Comércio Exterior (Camex), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento.
Matéria publicada na página 03 da edição do Jornal O PIONEIRO 19 de janeiro de 2017