Seis remadores e velejadores do RJ e ES saíram no dia 24 de Arraial D´Ajuda (BA) e chegaram terça-feira, 29, na praia de Barra Nova, em São Matheus (ES). Mais de 300km já foram percorridos. O destino é Niterói (RJ) com 650 milhas náuticas em uma das maiores expedições de canoa havaiana já feitas no Brasil com trajeto inédito. Nesta quarta-feira, 30, o destino previsto é Regência (ES).
Segue com tudo a 4ª edição da Expedição Anamauê que saiu na tarde da última quinta-feira, dia 24, da sede da Canoa Polinésia Pataxó, em Arraial D´Ajuda, no sul da Bahia, com destino a Niterói (RJ), na praia de Jurujuba, na base do Centro de Estudos do Mar – CEM.
Terça-feira, dia 29, os seis remadores e velejadores percorreram cerca de 80 km da praia de Mucuri, a Costa Dourada, no extremo sul da Bahia e cruzaram a divisa chegando ao Espírito Santo desembarcando na praia da Barra Nova, no município de São Mateus. A previsão inicial era de parada em Conceição da Barra (ES), mas os velejadores aproveitaram as boas condições e deram um gás a mais esticando o percurso do dia.
A tripulação de atletas do Rio de Janeiro e Espírito Santo (dois niteroienses, um carioca, uma de Vitória e os demais de Regência) já percorreram mais de 300km , pouco mais de um terço do trajeto previsto de 650 milhas náuticas (cerca de 1000km).
Roteiro
Dos seis dias de expedição até aqui, eles navegaram e remaram em cinco deles. O primeiro destino foi a praia de Corumbau, no município de Prado (BA), depois desembarcaram na praia do Prado (BA). Condições ruins impediram que a tripulação saísse no dia 26. No dia 27 foram para Nova Viçosa navegando e remando por 80km. Na segunda-feira tiveram que abortar a chegada na divisa com o Espírito Santo por uma tempestade e desembarcaram na praia de Mucuri, a Costa Dourada.
Ontem, quarta-feira a previsão de uma velejada e remada de 100km (mais de 54 milhas náuticas), que pode ser a maior da tripulação com destino à Regência (ES) para a base central da Canoa Polinésia Pataxó comandada por Ranin Thomé.
“Nosso trajeto mais intenso e difícil até aqui foi de Nova Viçosa até Mucuri (Costa Dourada). Começamos sem vento, remamos aproximadamente três horas e meia até que chegou um vento de leste bem forte, condições ficaram mais duras e tivemos que mudar nosso destino final aportando na Costa Dourada”, disse Daniel Gnone, carioca e mais jovem da tripulação: “Avistamos a tempestade e a tripulação concordou em parar em Mucuri.O desembarque foi bem complicado para nossa canoa pesada, mas estamos abençoados e o Deus do Mar nos deixou aportar. Foram ventos de 15 até 20 nós mais ou menos, ficamos todos bem”, seguiu Douglas Moura, de Niterói (RJ), um dos líderes da expedição.
Previsão de chegada
O trajeto é inédito percorrendo o litoral sul da Bahia, todo o litoral do Espírito Santo, Norte, Região dos Lagos no Rio de Janeiro com previsão de término entre os dias 10 e 20 de janeiro de 2021. Os tripulantes estão dias inteiros no mar sem o auxílio de equipamentos eletrônicos, apenas bússola e carta náutica.
Ela está sendo feita por intermédio de uma canoa havaiana V6 adaptada com duas velas que ficou pronta em parceria com a CORE VA´A.
A expedição pode ser acompanhada pelo aplicativo SPOT e também pelo instagram da equipe @anamauevaa com fotos, vídeos e stories.
Os atletas estão levando seus mantimentos e equipamentos de dormir para quando não tiverem abrigo poderem dormir nas praias mais remotas pelo litoral.
Tripulação:
Douglas Moura, natural de Niterói (RJ), mora em Jurujuba, tem 39 anos, fundador do Icarahy Canoa Clube, Niihau Aventuras Controladas e do Centro de Estudos do Mar. Capitão Amador, co-fundador do Anamauê e desbravador de diversas rotas de navegação de canoa havaiana e polinésia. Ele é atleta de Canoa Havaiana desde 2005. Em competição disputou provas como a Rio VA`A, Santo Amaro, Vendee VA`A (maior da europa e 2ª maior do mundo, na França), Vancouver Island Challenge (Canadá); Lotus VA`A Challenge.
Ranin Thomé, 31 anos, natural de Regência (ES), é oceanógrafo, instrutor e atleta de Va´A, do clube CPP Extreme. Apaixonado por canoa polinésia e com experiência em velejadas, construção de canoas e longas travessias.
Dayana Gualberto, de 33 anos, reside em Regência (ES) . Professora e instrutura de Va´A do CPP Extreme . Idealizadora do projeto social Cablocos para o Planeta , experiências em travessias de vela oceânica e canoa polinésia.
Tavo Calfat, natural de Niterói (RJ), 47 anos, desenhista industrial, velejador desde os sete anos e remador de canoa desde os 2007. Passou boa parte da vida em barcos à vela, já realizou travessias oceânicas e inúmeras travessias menores. Na canoa tem títulos na Volta de Ilhabela (SP) e Rei de Búzios (RJ) onde mora hoje em dia.
Daniel Gomez Gnone, 25 anos, natural do Rio de Janeiro. Engenheiro de Produção. Fundador do Granolas Mauka e remador do Calango Wa´A. Amante da natureza e do Va´A, tendo sido criado em contato com o mar, desenvolve projetos de reciclagem de plástico para a produção de peças para navegação.
Barbara Guimarães, de 29 anos,nasceu em Sto. André (SP), se radicou e, Vitória (ES), é oceanógrafa, instrutora e atleta de Va´A, do clube CPP Extreme . Apaixonada por canoa havaiana e com experiência de longas travessias.